quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Crônica de um Haiti desconhecido

Ontem, numa papelaria onde comprava o material escolar de Cecília e Bernardo para as aulas que recomeçam na próxima semana, Rejane presenciou uma cena dramática, que reproduzo aqui tanto quanto possível.

Uma senhora, bem nervosa, visivelmente estressada, tentava desesperadamente convencer a gerente do estabelecimento a receber de volta tudo o que havia comprado em dezembro. Isso mesmo, aquela pilha de material escolar exigido pela escola do filho ou dos filhos, não sei.

Esta senhora havia tentado se adiantar, comprando antes - em dezembro - o material, para escapar do aumento de preços que faz parte da temporada de volta às aulas. Parecia que estava fazendo algo prudente, fazendo render mais o salário da família.

Mas ela não contava com um terremoto nas finanças, resultado do terremoto real que destruiu o Haiti. Sim, senhor, a senhora em questão, carioca residente em Brasília - onde, segundo Rejane ouviu, deve estar há pouco tempo pois disse não conhecer muita gente - é viúva de um dos militares brasileiros que morreram no tremor de terra que destruiu o país caribenho.

Sem dinheiro para pagar a dívida do material escolar, tentava, como já contei, fazer com que a loja recebesse de volta as mercadorias.

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