sábado, 1 de agosto de 2020

Livros do Projeto #1LivroPorDia


Durante 20 dias, de 12 a 31 de julho de 2020, cumpri a meta de ler um livro por dia, selecionando títulos com algo em torno de 150 páginas no máximo. O resumo da experiência está no meu canal no YouTube, o Livros do Sopão. 

Aqui na Hamaca, deixo a lista dos livros que foram lidos e breves informações sobre cada um para quem quiser fazer o mesmo, ou adaptar essa maratona literária às suas condições ou preferências. O importante é abrir o livro do dia, do mês ou da semana e começar a ler. O prazer da fruição pura e simples fará o restante. Boa leitura a todos. 


O Jardim das Cerejeiras  e Tio Vânia – Tchékhov
A Gaivota – Thékov
As Três Irmãs – Tchékhov 

As famílias decadentes de Tchékhov às volta com a falta de dinheiro e perspectiva em peças que observam o dia-a-dia de russos nem um pouco destinados a se tornarem heróis. Realista e desesperançado.

O Profeta – Khalil Gibran
Pequenos sermões em torno de sentimentos e valores como tristeza, amor, razão, paixão, beleza. Contemplativo e sereno.


Globalização, Democracia e Terrorismo – Eric Hobsbawn
O Hobsbawn de mais de uma década para trás esgrimindo sobre temas que a nova era de facismos antidemocráticos parece ter deixado na poeira, como a condenação da imposição da democracia à americana a países do Oriente Médio. Ninguém diria que hoje estaríamos lutando para manter viva essa mesma e frágil democracia. Datado, mas sempre é história. 


Taos – Gustavo de Castro
Gustavo desmonta frases, extrai humor filosófico de palavras gastas e ainda perfila figuras com uma certa Felicidade, além de Tristeza e do Sr. Exatto. Sugestivo até o último verso.

Cercas de Pedras – Jeanne Araújo
A loucura socialmente construída de uma mulher sertaneja em frangalhos sustenta uma novela sobre os limites da moralidade sertaneja. Doloroso mas necessário.

Crônicas de Motel – Sam Sheppard
Fragmentos de beira de estrada, cacos de situações, cenas soltas de um road movie tal como Paris, Texas, que Sheppard roteirizou. Onírico e pungente.


Iracema – José de Alencar
O poema em prosa que Alencar construiu para celebrar nossas origens indígenas usando o verbo que os brasileiros iniciais conjugavam. Com dicionário, vira um google tabajara. Interessante. 

Um Bonde Chamado Desejo – Tennesse Williams
Sexualidade desgovernada, violência doméstica, loucura na decadência em pleno sul dos EUA. Sufocante, mas agora clássico - e teria como ser de outro jeito?


O Santo Inquérito – Dias Gomes
O Berço do Herói – Dias Gomes
Duas alegorias teatrais sobre a identidade política e cultural brasileira sempre à espera de quem a decifre por inteiro. Nunca menos do que exatas. 

Cinema Brasileiro Moderno – Ismail Xavier
Três ensaios sobre cinema de autor, cinema novo e cinema marginal. Por meio do cinema, resulta em um esclarecedor painel sobre o Brasil de 64 para cá. Estimulante. 

Agrestes – João Cabral de Melo Neto
Pernambuco, Sevilha, África e o país da morte na poesia seca e pedregosa do nosso poeta mais ácido. Brasileiro até o último espinho. 

Felicidade Clandestina – Clarisse Lispector
Contos e crônicas que partem da curiosidade infantil para construir aquela que talvez seja a porção mais adulta da literatura brasileira. Difícil, mas fazer o quê?

El Mundo que Respiro – Mario Benedetti
Poemas do uruguaio no original. Seria bobagem comentar. Mas foi lido. 

Arte Poética – Aristóteles
O texto original que vale por uma antiguidade e já foi relido e citado por todos os manuais de dramaturgia. Pra conhecer a fonte. 

Seridó Seridós – Moacy Cirne
Um dos repositórios da lágrimas doces de nostalgia do bardo sertanejo Moacy Cirne. Porque "tudo começou em Caicó". Terno. 

O Senhor Ventura – Miguel Torga
O romance compacto do gênero personagem das façanhas. Um Quixote luso e suas (a)venturas do Alentejo à China. Na fina prosa lusitana que nos lambe os ouvidos. Imperdível. 

Do Existir Façanhoso de Odicélio Gineceu – Augusto Severo Neto
Contraparente do Senhor Ventura, primo distante de João Grilo, Malasarte urbano de uma suposta Natal dos anos 50, Odicélio é uma aprontação depois da outra. Malicioso, desbocado e popularmente lírico. 


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