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terça-feira, 30 de agosto de 2011
Procissão de Zila
Quando vem a procissão
no seu passo de perdão,
Alcaide, comendador
domiman povo e andor
Cada grupo da irmandade
empunhando uma verdade:
A das Filhas-de-Maria
virgindade em romaria
Do SSmo Sacramento
vermelha de emproamento
Do Senhor Jesus dos Passos
roxo em santos e devassos
Irmãs da Ordem Terceira
terço em mãos de camareiras
Os meninos da Cruzada
fome em barriga inchada
A Banda da Prefeitura
solo e soldo de amargura
Estandartes, confrarias
escondem velhacarias
O Santo vai carregado
pelos donos do mercado
E o povo segue inocente
descalço, nu, paciente:
- A compacta multidão
carente de Deus e pão.
Esta é "A procissão", culto e ironia, devoção e desconfiança no terço poético da nossa Zila Mamede, que escaneou com sua visão lúdica, transcendente e telúrica os terreiros do sertão seridoenses e os tabuleiros do litoral de Poti enquanto bibliotequizava livros traquinas nas estantes locais.
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