quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O neoerudito alegórico



A Hamaca corta e cola sem pudor trechos do texto de Renato Terra publicado na mais recente edição da revista Piauí. Com o comentário prévio - e óbvio - de que grande parte do que é dito lá, na íntegra do texto, bate com a postura da própria revista que, editorialmente pernóstica embora exale muito bom gosto, pratica vários dos pecadilhos listados pelo autor. Seguem os trechos:

Pessimista, reacionário e retórico, o intelectual midiático voltou a fumar cachimbo

"Importante: detentores de um nível de exigência fora do comum nunca dizem nada. Peças de teatro, filmes, exposições, programas de tevê são, a princípio, fracos, sem substância, insossos. Pra não dar bandeira de mostrar entusiasmo por uma estética batida, o segredo é garimpar algo que, certamente, ninguém conhece: 'Admiro mesmo a Banda de Pífanos do Nepal. Eles são influenciados por Bento XVI'."

"O legítimo erudido alegórico é reconhecido à distância pelo corte de cabelo no melhor estilo hype. E faça chuva ou sol, haja progresso material ou não, são radicalmente contra o governo, desde que, é claro, o governo seja do PT. Nesse contexto, é de bom alvitre atacar a Revolução Francesa, os campos da morte do Camboja, o Gulag e o Bolsa Família, fazendo um amálgama bem nutrido. E defender a família, a propriedade e Nossa Senhora de Fátima, mas sempre se dizendo um racionalista sem ilusões."

"A alegria é permitida, desde que pareça ingênua. Mas é a angústia de sentir o peso do tempo e da efemeridade dos gestos que adorna a alma daqueles dotados de sensibilidade. Com elas, choverão convites para simpósios, jantares, congressoe passeios de lancha."

A íntegtra, agora ou em breve, no site da revista (www.piaui.com.br)

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