sexta-feira, 16 de julho de 2010

Arrumando as malas

Amanhã cedo, bem cedo se tudo der certo e a gente conseguir contrariar nossa própria tradição de desncanso em dia de viagem, pegamos a estrada rumo a Acari-Pipa-Natal. Tenho uma historinha à guisa de capítulo inicial deste diário de férias quinzenal. Uma pequena narrativa que dá uma perspectiva menos familiar e pessoal à jornada que temos pela frente e pela qual estamos ansiosamente esperando. Nem preciso explicar melhor, basta contar a tal história que o conceito é auto-explicativo.

Dia desses, num bate-papo de rotina com amigos no trabalho, uma colega - apenas por coincidência, também potiguar - relatou as impressões de viagem que teve uma tia dela, que mora há vinte e tantos anos em Brasília mas, sendo também potiguar, costuma ir periodicamente de carro até o estado do elefante. Segundo a colega, a tia - que, notem bem, sempre vai de carro, pneu no asfalto, o que corresponde quase uma câmera em movimento a captar a realidade do país - voltou encantada da mais recente visita a Natal. Contou à sobrinha, minha colega, que em anos de viagens na mesma rota nunca tinha visto tanta gente com sorriso no rosto, tanta estrada em boas condições, tanta cidade crescendo a olhos vistos.

Só coisa boa - e isso aqui não é propaganda eleitoral, mas apenas o relato frio e tão fiel quanto possível do que me contou a colega de trabalho. Colega que não é nenhuma militante de carteirinha daquele partido da estrela vermelha e para tantos maldita. Foi, repito, apenas um relato, informal, espontâneo, autêntico que a colega fez sobre o que ouviu da tia, que construiu esse painel brasileiro a partir da viagem que fez sem ter que responder a nenhuma pesquisa, gravar nenhum depoimento para a tevê ou coisa parecida.

Foi uma constatação simples, feita por uma pessoa comum. Desinteressada. É verdade que, segundo a colega, a tia fechou sua explanação com uma frase que é uma declaração de voto. Mas isso soou apenas como uma consequência do quadro contemplado:

-Estou decidida - disse a tia da colega - Vou votar em Dilma.

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