"Um Conto Chinês", a última pequena sensação argentina, já está disponível nas prateleiras das Americanas pra quem, como eu, não conseguiu ver o filme no cinema. Um filme cotidiano, singelo e redondo do tipo a-cobra-morde-o-rabo. Pouco mais que o "conto" do título, parece mais uma novela (literária) filmada.
Aí bate aquela vontade de apreciar um melodrama e você esbarra nas prateleiras da livraria Cultura com este "Eu Quero Viver", com Susan Hayward pagando por todos os pecados da humanidade - sobretudo aqueles atribuídos à parte feminina desse povo que habita o planeta - no aconchego da câmara de gás. E ela paga mesmo, um por um, luxúria, desobediência, rebeldia, atrevimento, participação em assaltos, golpes, cada um dos pecadões e pecadilhos deste mundo. Morre elegantemente vestida na poltrona em que lhe são servidas generosas porções de gás letal. Mas um pecado - só um - ela não cometeu, o de matar alguém. E é justamente esta a acusação (formal) que a leva ao fim. Um filme que é muito mais sobre hipocrisia social do que sobre a pena de morte. Destaque para o diálogo em que a anti-heroína diz, às vésperas da execução, que enfim encontrará a única pessoa que confia na sua inocência. A pessoa com quem ela conversa pensa que se trata de Deus. Ela corrige, dizendo o nome da mulher a quem ela supostamente assassinou. Atenção para outro "detalhe": a direção, de Robert Wise ("Amor, Sublime Amor").
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