sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Volta às aulas

Esta semana, recomeçaram as aulas da aluna Cecília. E do aluno Bernardo também. Mas, no caso da aluna Cecília, a volta às aulas teve mais novidades. Em primeiro lugar, a sala dela agora fica no primeiro andar da escola. Sim, senhor, Cecília foi promovida, não só ao Jardim II da da Escola Sagrada Família - Menino Deus, mas também arquitetonicamente falando. Agora, ela estuda juntinho das turmas das "meninas grandes" (que é como apelidei as garotas maiores da escola, pra estimular nossa diligente aluna lá de casa a apreciar ainda mais o meio escolar).

Primeiro dia de aulas, aquela muvuca na escola toda. A Sagrada Família - Menino Deus é uma escola pequena, adminstrada por "freiras pobres" como eu digo, para evitar que se pense logo em coisa magalômana de muros e capelas suntuosas. Carradas de pais ansiosos deixando os filhos, aquele papo pra checar a professora, aquela despedida morrendo de medo que o garoto ou a garota cisme de querer voltar para casa. Aquele clima todo que quem tem filho pequeno ainda nos primeiros anos de escola deve conhecer bem.

Cecília, além de promovida ao primeiro andar, além de agora estudar parede e meia com as turmas das "meninas grandes", ainda ganhou outra auspiciosa novidade: a nova sala tem carteiras. Sim, senhor, car-tei-ras (será a divisão silábica está certa ou terei de voltar aos bancos escolares?). Isso é uma quebra de paradigma e tanto, um ponto de virada daqueles na vida escolar de nossa pequena aluna que ainda nem fez seus 5 anos. Uma evolução na escala da vida escolar pela qual você que me lê agora certamente também já passou, embora tenha esquecido do momento e da imensa importância dele. Porque uma coisa são aquelas mesinhas de maternal onde os quase bebês tatibitaram com os colegas e as professoras enquanto amassam massinhas cognitivas de várias cores. Outra, bem diferente, é ter sua própria carteira, enfileirada à frente, atrás ou entre as outras, naquele formato clássico de sala de aula que mira no professor, o deus da sabedoria absoluta, à sua frente. E ainda tem, para coroar tudo, o quadro. Ah, o quadro! O quadro, meus amigos, é como a representação escolar da vida. Toda atenção para o que vai escrito, rabiscado ou desenhado nele.

E Cecília, toda animada com as novidades, já reparou nos impactos dessas mudanças. Disse que gostou muito das "carteiras" (e pela maneira como pronuncia a palavra, gostou também da experiência de conhecer e colocar em prática uma palavra nova). O quadro veio em seguida, quando perguntamos como foi a primeira e a segunda aula, naquele interrogatório imbecil que todo pai e mãe insiste em fazer aos seus pequenos que acabaram de voltar às aulas. Pois bem, Cecília, depois de muita insistência, contou que a atividade do dia era "tirar do quadro" tal ou qual coisa - um desenho, pelo que entendi. Cecília, minha gente, com cinco anos incompletos, já "tira do quadro" uns desenhos. Não sei se fiquei mais orgulhoso ou mais bestificado diante da informação.

Contou ainda que, no primeiro dia, rolou um questionário de apresentação na sala - claro que esse "rolou" e esse "questionário de apresentação" aí são palavras minhas, não dela. A professora nova pediu que cada aluno dissesse o nome e coisas de que gosta e de que não gosta. Cecília relatou, depois de eu muito insistir em querer saber o que ela respondeu, que disse gostar de "festa" e "chocolate" - agora sim, a transcrição entre aspas é original. Quando às coisas de que não gosta, citou "guerra" e "bater nos outros". Achei bonitinho, mas desconfio de que "guerra", uma palavra que, ao que me consta, ainda não faz parte do vocabulário de Cecília, ela pode ter copiado de outros colegas. Mas já é alguma coisa, não é?

Um comentário:

  1. Muito bom Tião, muito bom!!! Ai que saudade de vcs me deu agora. Seria realmente um sonho tê-los morando aqui em Natal. Saudade muita desses sobrinhos tão lindos e amados. Amo vocês, minha família preciosa. Vida longa aos aprendizados de Cecília. Viva.

    ResponderExcluir

Postagem em destaque

O último cajueiro de Alex Nascimento

Começar o ano lendo um Alex Nascimento, justamente chamado "Um beijo e tchau". Isso é bom; isso é ruim? Isso é o que é - e tcha...