sexta-feira, 24 de junho de 2011

Temporada dos ipês...



...nas alamedas de Brasília, na crônica de Paulo José Cunha, veiculada no Câmara Hoje. Assista clicando aqui.

Grifo nosso


"Nunca me passou pela cabeça empunhar a espada contra Pompeu. Ele tem me prestado grandes favores, na verdade notáveis obséquios, nestes últimos tempos. Eu devo no mínimo agradecer, para que não fique de mim uma má lembrança. Isso feito, declaro-lhe guerra."

"O que agora é um cavalo, na velocidade de um pensamento, já é armação que se desmonta e vai ficar tão indistinta como água na água."

"A cada notícia nova, as horas entram em trabalho de parto e nasce uma novidade a cada minuto."

"Se o seu amo quer ter uma rainha no papel de mendiga, você deve a ele dizer que a majestade, para manter o decoro, não pode mendigar menos do que um reino."

William Shakespeare, em "Antônio & Celópatra"

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Todo mundo foi ao Parque








A gente não é Eduardo e Mônica mas nesse domingão, dia dos namorados, foi pegar um sol pra contrabalançar o frio ambiente nas alamedas do Parque da Cidade, onde o clássico e pop casal recentemente ressuscitado teve aquele encontro oitocentista. Com a gente, Plácido, Marleide e Manuela, pra inventar brincadeira ao ar livre com Cecília e Bernardo. O álbum caseiro fica aberto aí, à disposição dos tios e tias distantes, primos, irmãos e avós, a familharada consaguínea ou por afinidade que precisa ver de vez em quando como estão os planaltinos nordestinos exilados neste outro sertão.

Manu vai ao Parque








quinta-feira, 2 de junho de 2011

O melhor disco de forró de todos os tempos


Junho chegou me dando o direito de voltar a um assunto recorrente: a importância sentimental de "Eu e Meu Pai", o disco de Luiz Gonzaga lançado em 1979 que considero o melhor long play de forró da história do gênero. Poderia sustentar essa afirmação somente com a rede de proteção subjetiva e pessoal que o disco representa pra mim, dizendo que se trata de um dos discos que mais ouvi em casa na companhia de meu pai - o que destaca ainda mais a importância do nome que ele tem (Eu e Meu Pai). Também poderia dizer que a mera audição da mais sutil introdução de qualquer uma das faixas me transporta imediatamente para os comunitários são joões das proximidades da rua Manoel Noberto, lá em Parelhas, quando se organizavam forrós de vizinhos em garagens transformadas em arraiás sem patrocínio cultural algum. Foi num desses que assisti a meu pai e minha mãe dançando um arrasta-pé como jamais vira. Uma vaga reprodução dos tais forrós de pé de serra de que os dois me falavam quando se punham a rememorar coisas dos tempos de solteiros da Timbaúba pra dentro. Tudo isso, ali no forró improvisado da casa de seu Miguel, temido e sargentão treinador de voleibol da cidade, ao som de, entre outros, "Eu e Meu Pai".

Mas deixa esse baú de insights no canto dele e mesmo assim este "Eu e Meu Pai" vai mostrar que merece, sim, o título de melhor disco de forró de todos os tempos. Afinhal de contas, ele abre com a impagável "Orelia", aquela sobre a qual Gonzaga diz que "só de oiá seu oiar magneto, vi logo meu fim". A terceira faixa é um clássico desse cancioneiro, daqueles regravados à exaustão: "Súplica cearense". A quarta, veja só, "A vida do viajante", um sucessão do rádio AM da passagem entre os anos 70 e a década de 80. Quem não cantarolou pelomeno um trechim é porque não tinha dentição formada quando essa faixa pairava nas rádios, forrós e difusoras. Sabe "Respeita Januário"? Também está em "Eu e Meu Pai".

Outra faixa do disco é uma curiosidade digna de figurar em um ainda não lançado "Almanaque do Anos Pré-Neoliberais": é o xote "Sou do Banco", que lista, um a um, com orgulho então vigente naquele 1979, os bancos estaduais que se espalhavam pelos estados do Nordeste. O Bandern tá lá? Acho que não. Talvez por isso tenha sido um dos astros da quebradeira desse setor. E só de falar a sigla Bandern já nos vem à memória o Nordeste circunstancial do pano de fundo desse "Eu e Meu Pai". Se discos evocam, palavras também. Você há de lembrar do xote: "O banco do Nordeste, cabra da peste/ no Ceará, eu sou do BEC..." e por aí vai. Ou ia. Até quebrar tudo.

Com tantas faixas consagradas e tamanho poder de evocação, até parece que "Eu e Meu Pai" é uma coletânea. Mas é um disco de carreira, daqueles bem sucedidos como, parece, não se fazem mais (ou se fazem, sim, mas o esquema de distribuição de música atual dilui tanto que nada consegue ser tão marcante quanto naqueles tempos, jabá e comunicação concentrada pré-internet incluída, isso é outra discussão). Então: procure nas boas casas, concreta ou virtuais, a reedição em CD de "Eu e Meu Pai", ou então corra já no YouTube ou qualquer outra rádio on line do tipo que toca um disco inteiro, e tire a teima comigo. Diga, meu amigo, se algum dia se lançou um disco de forró melhor que esse?

P.S.: Só se for o disco seguinte de Gonzagão, igualmente bom, mas jamais relançado em CD, razão pela qual fica difícil estabelecer a comparação, ainda mais aquela de natureza sentimental. Ah, sim: link para ouvir o disco está aqui. E se você quiser comprar o disco, clique aqui.

Postagem em destaque

O último cajueiro de Alex Nascimento

Começar o ano lendo um Alex Nascimento, justamente chamado "Um beijo e tchau". Isso é bom; isso é ruim? Isso é o que é - e tcha...